Londres - Parte 3
Enredados na insipidez da vida, esquecemos mais vezes que o desejável o quão revigorante pode ser revisitarmos a Arte e descobrir com alívio que, por muitos museus em que já tenhamos estado e muitos livos ou documentários que tenhamos visto, continua a haver artistas por conhecer, capazes de nos surpreender e devolver a vontade de estudar e saber mais. Foi este o resultado da breve tour que fiz ao Tate Britan onde fui apresentada ao Movimento Pré-Rafaelita, completamente desconhecido para mim. Uma lacuna na minha cultura geral, sem dúvida, tanto mais imperdoável quanto o facto de serem belíssimas as obras deste punhado de rebeldes que introduziram um novo conceito na pintura de meados do século XIX... Destacado desta irmandade, John Everett Millais foi, talvez, o mais popular com quadros de um impacto visual perturbador, como Ophelia (1851-52), a célebre personagem da não menos célebre peça de Shakespeare, Hamlet, que encontra uma morte trágica ao cair e afogar-se num ribeiro.
A tela que mais me tocou, porém, foi The Lady of Shalott (1888), de John William Waterhouse, uma interpretação magnífica da lenda de uma mulher presa na maldição de poder ver a vida apenas através de um espelho. A sua fuga a bordo de um bote num dia de tempestade outonal ditou a sua morte e é esse o lamento pintado nesta obra. Se o Belo existe, pinturas como estas são uma afirmação terrena desse valor maior.
1 comentário:
Há tantos anos que te conheço e
nunca me apercebi do tanto que temos em comum: Londres, os pré-rafaelitas, chocolate, dexter, grey´s anatomy, caetano, cinematic orchestra, o Ravier, manteiga de amendoim, balança, ódios turísticos de estimação que mais ninguém compreende (you take creta, I take paris..), blogosfera...chocolate...
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