23 fevereiro 2009

Amor, cinema e mousse de chocolate...
Fórmula perfeita!

#1: Alguém me explique por que razão os palhaços da TVI que acompanharam a emissão em directo mantinham os microfones ligados enquanto decorria a cerimónia... O efeito Darth Vader da respiração, além de datado, neste contexto, distrai.

#2: A-DO-REI a Sophia Loren de mão na anca e pose altaneira! Parecia que ia desancar a Meryl Streep a qualquer momento. Maravilhosa!

20 fevereiro 2009

SOL

sol

SOL

sol

SOL
Sol
SOOOOLLLL
soliiiinhooooo!

14 fevereiro 2009


Em dia de São Valentim, o meu aplauso e admiração para com os Valentões e Valentonas que, destemidamente, exibem um sorriso perante casalinhos polulantes em exibições públicas de carinho e cumplicidade.

Admitamos: não é fácil estar só à beira-rio com um livro nas mãos e abstrairmo-nos dos beijos repenicados, dos risinhos e do caminhar pausado dos namorados. Não é fácil manter as pálpebras semi cerradas na direcção das letras e resistir à auto-flagelação que é constatar a alegria dos outros. É um acto de coragem estar entre eles a abraçar um livro em vez de uma pessoa. É uma afirmação do direito à felicidade, não obstante a inexistência de um par. Proponho, pois, que para estes solitários (à força ou por opção) se instaure o Dia da Suprema Valentia e se encontre um padroeiro à medida!

03 fevereiro 2009


Woody Allen em 30 minutos

Esta tarde fintei a preguiça e fui fazer uma aula gratuita num desses circuitos de 30 minutos direccionados ao público feminino. O que prometia ser um frustrante e improdutivo treino numa sala atrofiada e praticamente vazia revelou-se um momento alto de comédia e foi responsável pela gargalhada que melhor me soube neste novo ano. Já foram ver o "Vicky Cristina Barcelona", certo? Eis como a monitora que supervisionava o circuito resumiu o filme à minha única companheira de ginástica:

"- Aquilo passa-se em Barcelona... e são duas amigas americanas, uma que está a fazer o doutoramento em ARQUITECTURA CASTELÃ (1) e outra que não sabe o que quer..."
" - Mas elas não se conhecem..." - observou a senhora que, como se vê, ouvia com enorme atenção.
" - Conhecem, são muito amigas... mas vão-se meter com um um pintor que é aquele... "- e a monitora olhava para mim para que lhe repetisse o nome do Javier Bardem pela enésima vez - "... Exacto, o RAVIER BARDENE... e ele convida-as para irem com ele para OVIÉRA (2)..."
" - Onde?"
" - Oviéra."
"- Ah, sim, sim, sei muito bem onde fica. É lá para cima... Já lá estive.", comentou a senhora.
" - E depois a que sabia bem o que queria e que tinha um noivo é que ficou apanhada pelo pintor, mas ele não lhe deu TRÉGUAS (3). Entretanto aparece a Penélope Cruz... magra, magra, magra, completamente maluca... e quando eles começavam a falar espanhol, ai meu Deus... e no final acaba como todos os filmes do Woody Allen, que vai buscar coisas muito normais e depois mete coisas estranhas e acaba tudo igual a como começou... mas neste ele não entra!"

...E aqui tenho de interromper para referir o comentário de alívio da senhora, que sorria deixando antever o vazio de dois molares, um de cada lado da queixada, porque desde que teve um grande acidente de carro há 19 anos e que, ao acordar, deu de caras com um neurocirurgião que a observava e que era tal e qual o Wood'Alle, ficou com aversão ao homem e não consegue ver nada dele, mesmo que digam que é muito bom.

Retomando:
" - Pois, mas neste ele não entra e o filme é mesmo muito giro... e é com a Scarlett Johansson (com o J bem carregado), que ele gosta muito. É o segundo filme que faz com ela" (really???!!! O segundo, só?)

E por esta altura já eu me rebolava a rir - apenas em pensamento, claro está, visto estar de pé, ligeiramente flectida, com o abdómen encostado a uma plataforma, enquanto elevava a perna direita na tentativa de fortalecer os glúteos.

Do treino, tirei pouco proveito, mas enriqueci a minha cultura geral... e estou a pensar seriamente em passar as próximas férias em Oviéra, que é lá para cima, onde se estuda arquitectura castelã...

LEGENDA:
1- IDENTIDADE CATALÃ
2- OVIEDO
3 -ELE NÃO ALIMENTOU O IDÍLIO AMOROSO

01 fevereiro 2009


Ao preço da chuva...

Mais um mês que começa. Suponho que a vida, fora das minhas quatro paredes, continua na sua engrenagem habitual. A chuva, pelo menos, não pára de manifestar-se, tenazmente. Gostava de saber despejar como essas nuvens zangadas que aliviam o peso que carregam. Estou à mercê da sorte que alguém lançou, impotente para controlar, antecipar ou provocar o alívio de que preciso. Sou apenas mais uma peça na grande máquina social que apanha por tabela, alvo do ricochete causado pela merda que os Governos e os patrões do Capitalismo disparam em todas as direcções. É o salve-se quem puder, e quem pode são certamente os galos do poleiro e os que aceitaram os tachos e as luvas e as cunhas - nunca os que empregam a sua energia, talento e competência nos serviços que prestam, acreditando estar a construir algo de bom para si e para as suas famílias. A História testemunhou inssurreições populares, guerras civís e até mundiais que começaram por menos. Não sei se o Portugal de brandos costumes se vai aguentar no sofá, desta vez. Quanto tempo demorará até alguém se passar da cabeça e o caos se instalar nas ruas? Se não for pela força, será pela depressão, esse poço negro e fundo que sorve o que de melhor tem o ser humano - o riso, a vitalidade, o optimismo, a vontade, a capacidade de criar. Aconteceu comigo. Pode acontecer a qualquer pessoa. Mas tenho a chuva... Essa (ainda) é de graça.