Podia ter optado pela apanha da azeitona... ou, num registo mais doce, pela apanha de algodão, de preferência já com corante de morango. Mas não. Eu é mais canas. De açúcar. Ou bambú. Com farpas e nódulos. E que assobiem ao vento. Divagações em tons púrpura........................................................................................................... amorgadinhadoscanaviais@gmail.com
01 fevereiro 2009
Ao preço da chuva...
Mais um mês que começa. Suponho que a vida, fora das minhas quatro paredes, continua na sua engrenagem habitual. A chuva, pelo menos, não pára de manifestar-se, tenazmente. Gostava de saber despejar como essas nuvens zangadas que aliviam o peso que carregam. Estou à mercê da sorte que alguém lançou, impotente para controlar, antecipar ou provocar o alívio de que preciso. Sou apenas mais uma peça na grande máquina social que apanha por tabela, alvo do ricochete causado pela merda que os Governos e os patrões do Capitalismo disparam em todas as direcções. É o salve-se quem puder, e quem pode são certamente os galos do poleiro e os que aceitaram os tachos e as luvas e as cunhas - nunca os que empregam a sua energia, talento e competência nos serviços que prestam, acreditando estar a construir algo de bom para si e para as suas famílias. A História testemunhou inssurreições populares, guerras civís e até mundiais que começaram por menos. Não sei se o Portugal de brandos costumes se vai aguentar no sofá, desta vez. Quanto tempo demorará até alguém se passar da cabeça e o caos se instalar nas ruas? Se não for pela força, será pela depressão, esse poço negro e fundo que sorve o que de melhor tem o ser humano - o riso, a vitalidade, o optimismo, a vontade, a capacidade de criar. Aconteceu comigo. Pode acontecer a qualquer pessoa. Mas tenho a chuva... Essa (ainda) é de graça.
Publicada por
A Morgadinha
à(s)
00:19
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário