31 março 2009

neruda
De tempos a tempos, por vezes tempo demais, surgem homens excepcionais. Têm o que se chama um dom. Há quem se comova com o génio que alguns desses homens põem na película, numa tela, numa pauta de música... e há quem, como eu, vibre com a beleza das palavras e o efeito poderoso que podem ter em nós. Há dias uma visita fortuita a uma página da net deu-me a conhecer um texto de Pablo Neruda que me toca mais do que gostaria... palavras sábias de quem soube morrer deixando para sempre um rasto de eternidade. Aqui deixo um excerto, porque o Belo é um bem universal a que todos deveriam ter acesso:

"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo. Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar. (...) Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere (...) os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos. (...) Morre lentamente (...) quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos. Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante. Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo (...) não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar."

1 comentário:

Moncado disse...

Por vezes, precisamos suster a respiração para nos apercebermos que estamos vivos...