31 março 2009

neruda
De tempos a tempos, por vezes tempo demais, surgem homens excepcionais. Têm o que se chama um dom. Há quem se comova com o génio que alguns desses homens põem na película, numa tela, numa pauta de música... e há quem, como eu, vibre com a beleza das palavras e o efeito poderoso que podem ter em nós. Há dias uma visita fortuita a uma página da net deu-me a conhecer um texto de Pablo Neruda que me toca mais do que gostaria... palavras sábias de quem soube morrer deixando para sempre um rasto de eternidade. Aqui deixo um excerto, porque o Belo é um bem universal a que todos deveriam ter acesso:

"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo. Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar. (...) Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere (...) os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos. (...) Morre lentamente (...) quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos. Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante. Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo (...) não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar."


Pronto. Já tenho Streetcar named desire e Cat on a hot tin roof numa pastinha amarela do computador. Isto ainda no rescaldo da peça do Tenassee Williams. Agora é só apanhar embalo para os ver... e tempo!

Sim, tempo. Como é que ao fim de tantos meses a explorar o ócio não-voluntário consegui, de repente, ficar sem tempo para me esticar no sofá?!?! Oh well, that's the beauty of life.



I DID IT! I'M F***** BACK!!!! Wiiiiiiiiiiii!!!!

28 março 2009



... ou para três, quatro ou mais! Desde que arranjem maneira de conhecer o texto, é o que interessa - até porque a peça, na Barraca, só está em cena até este Domingo. Não sou particularmente fã desta dupla de actores, mas também não tenho nada contra. Aliás, a pronunciar-me sobre a interpretação, só posso dizer que, comparativamente ao que vi deles em televisão, reconheço-lhes um salto qualitativo com pé de gigante. O texto ajuda... e como! É um poema dark, carregado de suspeita e psicoses, claustrofóbico e exigente. Fiquei ainda com mais vontade de ver Um eléctrico chamado desejo (1951) e Gata em telhado de zinco quente (1958) - adiados há tantos anos, imperdoavelmente - e perceber se também aí estão presentes os jogos neuróticos e quase sinistros entre personagens. Na pequena sala da Barraca, pontuada aqui e ali com algumas caras conhecidas do meio, não se ouvia sequer a respiração. É bom quando algo mais nos prende do que as sempre estreitas cadeiras... Neste caso, devo-o a Tennessee Williams. E poucas horas após ter-se comemorado o Dia Mundial do Teatro, calha bem :)


«Trauma messes everybody up… but maybe that’s the point: all the pain and the fear and the crap… Maybe going through all that is what keep us moving forward. It’s what pushes us. Maybe we have to get a little messed up before we step up.»

in Greys Anatomy, Ep.19-Season 5

25 março 2009

Buggie Cartoon

Recortes de céu em H2O

Hey Rita, can I borrow your awesome red pumps...?

18 março 2009

Um policial, 3 actores e os meus aplausos

Para quem não conhece a sala, estamos no Teatro Estúdio Mário Viegas, no Chiado, e este é o cenário de uma peça que, não sendo o supra-sumo da barbatana, me convenceu pela fantásica dinâmica entre actores, pela surpresa que é o Sr. Rocha de Emanuel Arada, pela naturalidade de Vanessa Agapito e o sarcasmo delicioso de Simão "Inspector" Rubim. Arranca-nos boas gargalhadas, vos garanto! E o cenário vem literalmente abaixo...